quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tecnica Nº2:

A arte extatica de ser ridículo.

Nós, seres humanos pensamos muito de nós mesmos. Costumamos pensar que nos somos belas merdas. Os intelectuais olham para os outros com desprezo por eles não terem sua mente. Os apolíneos olham com desprezo para aqueles que não tem o seu corpo. Os religiosos desprezam os que não tem a sua moral. E aqueles que não tiveram sorte o suficiente de ser bom em qualquer coisa simplesmente desprezam a humanidade inteira. Fomos enjaulados numa prisão de arrogância, achamos que somos tão importantes que é incomum achar pessoas que sabem lidar bem com a possibilidade de ser patético. Para todos aqueles que não têm esse dom, eu apresento a arte extática de ser ridículo.

Arte, pois precisa vir de dentro e ter verdade; extática por que gera êxtase; o ridículo pelo amor de tudo que belo. Grande parte das nossas irritações cotidianas, decorrem do fato de que achamos que a nossa visão sob as coisas é mais confiável que a de qualquer outra pessoa, bom, é mentira. A bem da verdade, ninguém sabe do que esta falando, não de verdade, muito menos eu. Mas o que importa¿ Você não tem razão, ninguém tem razão, quer dizer, todo mundo tem, mas isso é o mesmo que ninguém ter não é¿ Todo mundo tem razão ou certeza sob o seu ponto de vista, agora o problema é que nem todo mundo entende isso. Um exercício bem interessante é atentar para o que a gente fala, tentar ser honesto consigo mesmo sobre o que se sabe e o que não se sabe. Confessar ignorância também é saudável. Mesmo que você se exponha ao ridículo.

O negocio é quebrar essa casca de vaidade que nos envolve. Para isso eu sugiro um exercício pratico retirado do teatro: Ache o seu Bufão. O Bufão é um arquétipo humano, ele é o seu lado mais feio. Andando, teste posturas diferentes. Primeiro imagine que uma linha te puxa de cima pela ponta da cabeça, depois mova essa linha para o seu ombro, para o outro, para a bunda, para todos os lugares que você conseguir imaginar. Crie outras linhas, explore as possibilidades, ache a sua forma mais feia, mais deformada, mais bárbara. Quando você tiver terminado esse exercício, você pode desenvolver a língua do seu bufão, mas lembre-se, bufão não fala, só se comunica por grunhidos e sons, como um bebe. Ache o seu som mais horrível. Esse é o seu bufão, mostre-o para os seus amigos, aprenda a ama-lo. Enfim, aprenda a amar tudo que há de mais ridículo em você.

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