Agora eu sei, que eu nunca soube o que fui. Mal sei o que sou, e bem sei ser, mas sou tão indefinível, translúcido, imperceptível, que já era, quando vi já não sou mais. Sou uma coisa que não dura nem um segundo, como aquele vulto no canto do olho que quando você vira pra ver já foi. Escorro pelas mãos, pelos olhos, pela pele, sou vento, sou água, sou fluxo, sou mudança. Sou como todo o universo. Sou intangível pois não sou objeto, sou ato, sou verbo, sou uma flecha mirado pro caos, sou as minhas mascaras preferidas, e as preteridas. Posso ser a escoria ou um santo, sou um pranto que confunde tristeza e espanto. Sou agora com certeza, o que faço do passado também vive mudando. Sou tantos detalhes de mim, que já seria difícil conhece-los todos, que dirá assim, eternos mutantes.
n'opará
Há 7 anos
2 comentários:
Cada vez melhor...
que nada sei.
mutação é futuro. lembrança é passado. ação é presente.
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