domingo, 7 de setembro de 2008

Arrasa com o meu projeto de vida

Um oceano de dor é o que eu vejo, e juro que acho lindo. Dor e alivio, carga e descarga, é a atividade principal da vida, e é um jogo eterno de resistência. A vida amadureceu do esforço, e é uma beleza como cada célula tem um comprometimento nessa batalha eterna dela se manter vivendo. Fico imaginando como eram as coisas na sopa primordial. A vida tentando aqui, tentando ali, “como eu posso existir?” “uhm... essa forma funciona...” “se eu me agrupar a outras células minha chances de sobrevivência aumentam...” deve ter sido um período difícil. A vida nadando contra um rio, lutando para se manter existindo num ambiente hostil aonde tudo a suprimia. Mas pelo visto ela venceu, e o seu desenvolvimento criou formas cada vez mais sofisticadas para a sua manifestação. Até que finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, uma grande novidade apareceu. E já era de se esperar, a vida é uma seta apontando para todas as possibilidades. A novidade era a reflexão, foi o salto quântico. Era como se a consciencia de todo esse processo biológico continuo cedesse um pouco dela mesma para uma entidade autônoma. Essa foi a forma que ela achou de acelerar as coisas, delegar função. Para isso ela contava com a colaboração geral dessas partes, mas essa é uma longa historia pra se contar, e o homem foi aos poucos aprendendo a calar a sua voz. A anomalia foi tamanha, que posteriormente todos aqueles que ouviram a vida falar foram tratados como loucos ou messias, dependendo do nível de organização mental dos mesmos. Não é nenhuma surpresa o mal do século, nos perdemos a função para a qual fomos criados originalmente. Veja bem camarada, não é uma questão de deus ou qualquer nome mesquinho que você quiser inventar, é só que esse é um projeto muito maior, e muito mais antigo do que você é capaz de imaginar.

Um comentário:

Anônimo disse...

arrasou...