quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cobras

Ravi shankar e haxixe me levam a um certo lugar. Uma vez estive lá e uma criatura apareceu. Ele era bem sinistro, tive um pouco de medo, mas resolvi esperar para ver o que acontecia. Me deitei e senti que ele me envolvia, começava pelos dedos dos pés, uma sensação eletrificada. Eu sentia que ia me envolvendo aos poucos, ate que enfim, me engoliu inteiro. Era como se eu estivesse mergulhado num mar de sensação, era como se esse abraço dissolve as minhas fronteiras. Comecei a sentir menos e menos os limites do meu corpo, me fundindo com a cama e com o ar. Foi ai que a criatura apareceu como imagem, ela era humanóide, mas não tinha rosto, apenas um contorno de luz azul. Ela se ajoelhou ao meu lado, e começou a dar facadas numa bolha branca que me envolvia. As facadas iam lacerando e criando aberturas na bolha e de repente tudo que eu conseguia ver eram pedaços da bolha largados por todos os lados. Ele cortou tudo, até que não sobrou nada. Me senti nu sem aquela bolha. Não sabia o que era, mas tinha gostado dela. Mal tive tempo de pensar quando fui arrebatado pela visão de uma cobra que vinha subindo como se nadasse para cima pelo espaço. A cobra vinha numa velocidade absurda e ela logo foi acompanhada por uma profusão de outra cobras que vinham serpenteando do mesmo centro, criando uma espécie de flor. À medida que a musica criava mais tensão as cobras surgiam mais e mais. Eis que subitamente, me bate a porta alguém, eu abro os meus olhos.

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