quarta-feira, 17 de setembro de 2008

SUPERNOVAS A PARTE

Procedo de forma única na arte do encontro. Quando se tocam, duas estrelas fazem tanta luz que por um segundo ela permeia todo o infinito, e fica gravada pra sempre no tempo. Então, por mim, primeiro a gente bota as nossas almas na mesa,e observa com deleite e paciência. Aprende tudo que pode, e depois esquece. Ai, depois, bota o corpo pelo teste do encaixe, vê se cabe quando eu pego na tua pele, quando eu arranho e mordo toda a carne disponível, quando fuço e descubro cada dobra e cada sobra da sua superfície de contato. Depois disso eu te transformo numa deusa escarlate, mistura de Venus e Marte, Babalon enfurecida, enlouquecida, gritando a suas linhas nesse texto que você me jura que nasceu sabendo, e eu sei que é mentira, mas que você não sabe. Enfim, nossas fronteiras se desfazem. E pouco a pouco nosso brilho é um só, e tão forte que queimaria a retina de um deus, mas somos mais. E ai a gente vê enfim, que o brilho é o universo inteiro, tudo que há e o nada que é são a mesma luz da qual nos fazemos parte.