terça-feira, 21 de abril de 2009

Um pingo suicida

Para Manuela Cantuaria

Um pingo,
desde do céu até a terra
faz seu trajeto trajado
de um fardo calado
expectante do ultimo instante,
onde enfim dará seu recado.

As gotas que batem no chão,
as tantas gotas em uni som,
não se ouviriam não fosse
a sua união.

Soube de um pingo angustiado,
que, ao longo de sua queda
teve uma vertigem daquelas
e quis desaparecer.
Achava que era mais um
pingo inútil no temporal.
Achava que havia algum jeito
de não fazer parte do som,
do sublime estrondo final.

Não via que ao sumir
sua diminuta massa d'agua
seria absorvida pelos pingos
que mais próximos estavam.

Não via que era impossível
para um pingo deixar de compor
a sinfonia constante
da chuva que cai com vigor.

2 comentários:

Manuela Cantuária disse...

presente de aniversário (junto com o livro do irish monk)! tu me faz continuar jay, mas eu já te falei isso algumas vezes. te amo, beijos

fernando disse...

Porra jonzi, isso é mais que bom.